Embora considerada praga de menor capacidade de dispersão e, portanto, de ocorrência mais restrita, tem ocasionado severos danos às lavouras de batata.
Os adultos têm hábitos noturnos, permanecendo durante o dia ocultos entre os folíolos de batata ou abrigados na vegetação vizinha ou em fendas no solo. Medem cerca de 15 a 20 mm de comprimento, têm o corpo alongado e achatado, coloração escura e a habilidade de retornarem à posição normal quando colocados de costas (Figura 12). Alimentam-se de líquidos adocicados e de matéria orgânica em decomposição.
Os ovos são colocados, normalmente em grupos, em cavidades e fendas no solo, sob restos vegetais ou junto às raízes de pastagens. As fêmeas ovopositam preferencialmente em áreas que não foram lavradas por longos períodos, tais como aquelas em pousio ou pastagens.
As larvas têm corpo alongado e achatado, coloração amarelada a castanha-alaranjada, aspecto brilhante e segmentos distintos e bastante quitinizados, rígidos.
São polífagas, alimentando-se de restos de cultura, sementes, raízes e tubérculos, atacando inúmeras espécies, tais como a batata-doce, cenoura, beterraba, restos de culturas, bem como plantas expontâneas.
O ciclo de vida é longo. As larvas levam cerca de seis a oito meses para se desenvolverem completamente.
As larvas danificam raízes e tubérculos da batata , causando, nos tubérculos, furos arredondados e profundos. Desenvolve-se melhor em solos com umidade alta. Em solos secos, as larvas procuram mais o tubérculo, causando maior dano. Assim, em períodos de seca, o dano do bicho arame pode ser maior.
A temperatura do solo é outro fator importante, pois influi na distribuição vertical das larvas no solo. Quanto mais quente, mais profundas estarão as larvas, atacando os tubérculos que estiverem nestas posições.
O ataque de bicho arame não é uniforme na lavoura, mas ocorre em manchas, onde houver condições mais propícias para o desenvolvimento, entre as quais a umidade elevada. As larvas têm o hábito gregário.
A movimentação das larvas no solo depende essencialmente da umidade. Assim, os danos tendem a ser maiores em solos demasiadamente secos, em safras em que ocorrem estiagens, uma vez que nestas condições os tubérculos seriam a fonte de alimento mais adequada para as larvas.
O período larval é longo, estendendo-se por cerca de seis meses a um ano, quando as larvas, ao final de seu desenvolvimento, atingem cerca de 25 a 30 mm de comprimento.