Considerados, até recentemente, como de menor importância, os prejuízos causados por insetos estavam restritos à bataticultura orgânica. Recentemente, registros de danos mais expressivos em lavouras convencionais demonstram o seu potencial como praga da batata. Considera-se a Epitrix fasciatus como a espécie mais freqüente, mas provavelmente outras espécies deste gênero (e mesmo de gêneros afins) estejam presentes nas lavouras de batata, causando danos em folíolos e tubérculos.
Os adultos são besouros com cerca de dois mm de comprimento, corpo ovalado, coloração castanha escura a preta, brilhantes (Figura 11). Ativos durante o dia, dispersam-se, especialmente nas horas mais quentes do dia. Vivem de 50 a 90 dias. Polífagos, atacam o fumo, batata, feijão e milho, entre outros hospedeiros. Alimentam-se das folhas, perfurando-as, abrindo orifícios arredondados, com um a três mm de diâmetro. Em plantas jovens pode haver o desfolhamento total, uma vez que o ataque da praga é geralmente massivo, como os já ocorridos em lavouras de batata no Rio Grande do Sul, em que foram observados, em média, 70 adultos da pulga por planta.
Períodos secos e quentes, durante a primavera, parece favorecerem a incidência da pulga.
Infestações no período entre o início da brotação até antes da amontoa são as potencialmente mais prejudiciais, podendo causar dano econômico à cultura. Após esta fase, não haveria mais um nível de desfolha que viesse a comprometer a produção.
As fêmeas penetram o solo através de fendas ou rachaduras, ovopositando logo abaixo da superfície, nas proximidades das plantas. Os ovos têm cerca de 0,5 mm, cor branca, aspecto brilhante e são depositados em grupos.
Após uma a duas semanas eclodem as larvas. De coloração branca, são cilíndricas, com a cabeça castanha. Ao eclodirem medem cerca de 0,5 mm e em seu máximo desenvolvimento atingem cerca de 3,5 mm.
A fase larval transcorre no solo. Durante este período, as larvas alimentam-se de raízes, estolões e tubérculos. Solos arenosos e bem drenados podem favorecer as atividades da larvas, com conseqüente aumento de danos.
Nos tubérculos, escavam uma rede de estreitas galerias, sob a pele, que acabam por romper-se e escurecer. Nos pontos aonde estas galerias cruzam-se formam-se rachaduras mais ou menos profundas, dando ao tubérculo um aspecto rugoso, depreciando-o comercialmente. O ataque precoce nos estolões representa um sério dano, pois impede a formação dos tubérculos.
O desenvolvimento larval completa-se em quatro a seis semanas. As larvas empupam no solo e, entre uma semana a dez dias emergem os adultos, fechando um ciclo de vida de aproximadamente 50 dias. Assim, em batata, dentro de uma mesma safra, normalmente não se desenvolve mais do que uma geração completa.